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3 de jun. de 2008

Sobre mobilidades – ou, palavras que me tiram da cama

Por Luciana Paludo
- Bailarina, Bacharel e Licenciada em Dança (PUC/PR e Fundação Teatro Guaíra, Curitiba – PR). Atuou no Paraná entre os anos de 1987 e 1991.
- Professora do Curso de Dança da UNICRUZ, Cruz Alta – RS (2000-2008) e da Especialização em Dança na PUCRS, Porto Alegre (desde 2003).
- Mestre em Artes Visuais – Performance (UFRGS, 2006), onde foi bolsista Capes; defendeu a dissertação “Corpo, fenômeno e manifestação”, onde discutiu entrecruzamentos da dança com a performance.

- Professora do Grupo Experimental de Dança da Cidade nos mese de maio e junho de 2008




“Quero amaciar a minha alma...”
A carne se torna macia – e a pele também, se a “alma” fica porosa e maleável.
Porosa e maleável...
Será que seriam essas as características de uma coisa macia?
O que é alma? Que desígnio é esse?
Mais do que tendões e músculos, sou desejo.
Embora a ciência de cada localização/função de meus feixes longos e duros, que o tempo amoleceu.
O tempo e a persistência amaciaram a carne.
Nem tanto pela persistência, mas, pelo processo de mobilidade que transcendeu e tirou do limbo...
A “alma” (quer chamar de outra coisa?).
Seguirei a nomear “alma”,
Isso que me move à expressão
E a expressão é um desejo de mundo.
Já é forma, com seus componentes transitando, em valor e velocidade cambiáveis.
Hoje acordei pensando que não queria apenas uma alma macia, quiçá uma carne.
Quero uma pele e um espaço circundante macio - que acolha a pele.
Que esse espaço e essa alma/carne se desdobrem em vontade e generosidade, um com o outro.
E assim, possa acolher o meu desejo de ser/estar/manifestar: dançar.
Esse manifestar se dilui, em partículas coloridas e se espalha no ar...
Até grudar nos olhos do outro...
E, do olho, vai à alma/carne do outro.
Migra em velocidade fugaz
Corre e percorre as artérias;
Pulsa.
E então, as partículas “traem”
Aglomeram-se com outras – daí o milagre, a troca
O sentido.
Da alma que se tornou macia,
Avolumou-se e fez alvoroço o espaço.
Alma lúdica.
Sinto um flanar
Como se o peso se amainasse
E a gravidade fosse generosa
E os pés – outrora de chumbo – mesmo em suas grandes dimensões, ficam leves, pois que a terra merece leveza.
Peso é um fator relativo,
Assim como aquilo que nos fere ou agrada.
Que tempo é esse que me agrada?
De ser e amaciar – esse é o tempo.
De generosidade e vontade.
Que vontade é essa, que não cessa?
De ser e amaciar – essa é a vontade.
E para a generosidade?
Repita o refrão.
Luciana,
21/02/2008, de manhãzinha...

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